9 de abril de 2025 – Em uma escalada dramática de tensões comerciais, os EUA impuseram uma tarifa abrangente impressionante de 104% sobre todas as importações chinesas, a partir de 9 de abril de 2025. A medida, anunciada pela Casa Branca, combina tarifas existentes com uma nova sobretaxa de 50%, marcando a medida comercial mais dura até o momento no atual conflito econômico entre EUA e China.

Indústria solar é a mais afetada
O setor fotovoltaico (FV) da China, já em dificuldades devido às tarifas americanas anteriores, enfrenta uma ameaça existencial. As exportações diretas de painéis solares chineses para os EUA já haviam despencado em 421 TP3T no início de 2025 devido a tarifas cumulativas superiores a 551 TP3T. A nova tarifa de 1041 TP3T efetivamente fecha as portas para remessas diretas.
Até mesmo as soluções alternativas no Sudeste Asiático — que incluíam a realocação de fabricantes chineses para evitar as taxas antidumping dos EUA — estão fracassando. As recentes investigações antievasão do governo Biden no Camboja, Vietnã e Tailândia desencadearam tarifas adicionais (49%, 46% e 36%, respectivamente), fechando uma brecha crítica.
Três estratégias de sobrevivência para empresas solares chinesas
1. Diversificação de Mercado
Empresas como JinkoSolar e TCL Zhonghuan estão se voltando para os mercados do Oriente Médio e da África, alavancando políticas favoráveis à energia solar na Arábia Saudita e na Turquia.
A Chint New Energy anunciou recentemente uma fábrica de células TOPCon na Turquia, visando a Europa e a África.
2. Avanços tecnológicos
As empresas chinesas estão acelerando a P&D para superar as pressões tarifárias. A LONGi Green Energy atingiu uma eficiência de 26,5% em células TOPCon produzidas em massa, enquanto a Tongwei e a Trina Solar apostam na tecnologia solar de perovskita — a próxima fronteira em inovação fotovoltaica.
3. “Circulação Interna” Doméstica
Com os mercados americanos selados, a China está impulsionando a demanda interna e reformas no lado da oferta. Uma nova política governamental visa conter guerras de preços acirradas e estabilizar o setor.
A resposta desafiadora da China
Pequim prometeu retaliação, com o Ministério das Relações Exteriores afirmando: "Nenhuma nação jamais prosperou com tarifas. Se os EUA insistirem nessa guerra comercial, a China reagirá." Analistas alertam que as tarifas podem desencadear uma reorganização da cadeia de suprimentos global, forçando as empresas chinesas de energia solar a inovar ou perecer.
Não se trata apenas de uma batalha tarifária — é um acerto de contas para a indústria solar chinesa. As empresas agora precisam escolher entre fabricação de baixo custo e resiliência de alta tecnologia. A corrida pela sobrevivência começou.
